PROMOÇÃO E ORGANIZAÇÃO

   Sobre o Congresso

  Apresentação
  

Mais do que nunca, acreditar na importância da Comunicação Social

Prof. Dr. Antonio Hohlfeldt*

Estamos realizando este XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, aqui em Curitiba, com muitas coisas para comemorar e outras para nos preocupar. A nos preocupar, a decisão do Superior Tribunal Federal a respeito da não obrigatoriedade de diploma para a prática profissional do jornalismo. Como a questão é polêmica, a INTERCOM não entrou na discussão de seus méritos. Mas esta decisão, combinada com a outra que acabou com a antiga Lei de Imprensa, deixa a sociedade brasileira e o Judiciário sem qualquer referência específica para decisões que envolvam abuso do direito da expressão ou falta de direito à informação. Isso, sim, deve deixar toda a sociedade brasileira preocupada, porque se fica à mercê de resoluções que podem ser decididas no calor da hora ou, pior, sobretudo em regiões distantes do país, onde nem sempre a legalidade chegou plenamente, à disposição da autoridade de plantão.

Por isso mesmo, e ainda que decidido com muita antecedência em relação a essas questões, o tema do Congresso deste ano se reveste de especial importância. “Comunicação, Educação e Cultura na Era Digital” é um programa extenso, ambicioso, de extrema responsabilidade. Se tomarmos Cultura como todo o conjunto de valores e práticas que marca uma sociedade, e Educação como o processo de aprendizagem sobre o mundo e sobre nós mesmos, podemos dizer que a Comunicação está no centro e na articulação dessas duas perspectivas. É através da Comunicação que a Cultura se processa. É mediante a Comunicação que a Educação se concretiza. Temos belas lições a recordar de pioneiros como Luís da Câmara Cascudo, sobretudo no campo da comunicação popular, e de Paulo Freire, no campo da educação popular. Temos, enfim, referência imediata nas propostas de Luiz Beltrão quanto à comunicação popular.

O tema de nosso Congresso, contudo, acrescenta um detalhe importante: tudo isso acontece na Era Digital. Ora, isso aumenta a nossa responsabilidade, porque amplia sua atuação, aprofundando-a e alargando-a; e, ao mesmo tempo, dificulta-a, porque traz novas exigências e desafios. Costuma-se dizer que o indivíduo que ainda enfrenta o analfabetismo tradicional agora fica posto diante do analfabetismo informático. Qualquer um de nós que trabalhe com os processos de Informação e de Comunicação na era digital sabe, porém, que uma perspectiva apocalíptica é absolutamente falsa. Basta lembrar que, quando do surgimento da escrita, um percentual imenso da população foi sendo gradualmente marginalizada, e por isso mesmo os alfabetizados ocuparam, dominaram e manipularam o poder ao longo de séculos, como bem já mostrou Harold Innis, ainda nos anos 1950. Ora, se efetivamente o Brasil e a América Latina ainda possuem preocupantes taxas de analfabetos, não é menos verdade que o crescimento do domínio de compreensão e de instrumentalização da informática, por parte de nossas populações, tem-se feito em ritmos muito rápidos. Por certo ainda temos percentuais pequenos em relação ao todo da população com pleno acesso às redes computadorizadas. Mas somos surpreendidos, a todo o momento, por comportamentos positivamente inesperados, por investimentos na popularização do acesso à rede e, sobretudo, pela preocupação sobre o melhor uso de tais novas tecnologias, justamente em favor da Educação e da Cultura, da real Comunicação entre os povos e cada um de nós.

O XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação traz, a partir deste ano, algumas novidades. Diminuímos de tamanho, para garantir que os congressistas pudessem aproveitar melhor as diferentes atividades programadas. Assim mesmo, estamos batendo recordes de inscrição de trabalhos e de presença em Curitiba, de tal sorte que tivemos de tomar como um máximo de cinco mil participantes o teto para um bom atendimento por parte da INTERCOM e da Universidade Positivo, nossa parceira deste ano. Mas não foi apenas este Congresso nacional que extrapolou nossas expectativas. Pelo menos três dos congressos regionais também ultrapassaram números de anos anteriores, o que mostra o acerto das últimas diretorias da INTERCOM com a criação dessa descentralização, que tem dois motivos básicos: a) permitir maior e mais simples acesso a estudantes e professores interessados, sobretudo levando em conta a realidade das enormes distâncias físicas que caracterizam nosso país e que, neste caso, nem as redes conseguem vencer; b) racionalizar a realização de encontros que custam caro, sobretudo em despesas de locomoção e de hotelaria, o que fica cada vez mais difícil de ser coberto pelos apoios das agências oficiais de fomento à pesquisa ou nossos parceiros universitários constantes.

Aliás, aqui, uma palavra especial de agradecimento, primeiro ao CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, sempre o primeiro a nos dar seu aval; à CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, também parceira constante e fiel; à FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, outra parceira histórica na realização de nossos eventos; e às demais agências regionais de fomento à pesquisa e entidades mais específicas, como a FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, sem as quais realizar nossos congressos seria absolutamente impossível. Não podemos esquecer ainda a parceria crescente que temos desenvolvido com o projeto Globo Universidade e o Canal Futura, e agora, também, com o Itaú Cultural. 

Mas, mais que tudo e todos, precisamos agradecer a nossos Conselheiros regionais, aos coordenadores de congressos e todas as suas equipes, às Reitorias das diferentes universidades que, a cada ano, nos recebem em seus campi e nos dão o melhor que cada região pode nos oferecer. Sem esses companheiros todos, professores, técnicos, pesquisadores e estudantes, a INTERCOM nada faria e nem teria sentido a sua existência, ao longo desses 33 anos, como tem sido.

Falemos de novidades. Começamos a escolher temas que marcarão diferentes seminários, simpósios e mesas especiais. Neste ano, com a presença do Prof. Dr. Tapio Varis, vamos falar do Relatório McBride e da importância da Nova Ordem da Comunicação. Propusemos reavaliar o que se dizia, então, a respeito dos fluxos informacionais no mundo: terá a centralização se agravado ou diminuído com a rede internacional de computadores?

Por outro lado, começamos a falar de nós mesmos. Por proposta da atual Diretoria, a partir deste congresso, e nos próximos anos, vamos refletir um pouco sobre a obra e a contribuição ao campo da Comunicação dada pelos nossos ex-presidentes. Começamos, evidentemente, pelo fundador e Presidente de Honra da INTERCOM, José Marques de Melo. Não se trata apenas de uma homenagem ou de um reconhecimento, mas sim de uma reavaliação, a ser feita da maneira mais ampla possível, e numa perspectiva científica e universitária.  

A realização de simpósios e colóquios binacionais, agora em boa parte deslocados dos períodos de congressos, se dificulta seu financiamento, permitiu-nos mudar seus formatos, o que vamos efetivar gradualmente, garantindo a paridade entre as duas nações proponentes. De qualquer modo, a realização deste Colóquio Brasil-França, no âmbito do XXXII Congresso, é o reconhecimento de que tradições não devem ser rompidas, e, se queremos inovar, por certo não pretendemos perder o que já conquistamos e as relações que já compusemos.

Por fim, uma palavra de alegria: seguindo proposta da Diretoria anterior, pela primeira vez em nossa história poderemos antecipar, em nossa Plenária de final de congresso, não apenas as sedes regionais e nacional do próximo ano de 2010, mas também a de 2011. E dizer que já temos bem encaminhadas até mesmo sedes para 2012. Isso significa que, cada vez mais, os congressos regionais e nacional poderão ser planejados e preparados com maior objetividade, dando tempo e tranqüilidade para que as próximas diretorias se organizem, e para que nossos associados e participantes programem os deslocamentos e apresentação de seus papers.
                       

* Presidente da INTERCOM e Presidente da LUSOCOM; Professor do PPGCOM da PUCRS. Pesquisador do CNPq.


BELTRÃO 2009

Solenidade de Entrega de Troféus aos Vencedores do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação
Coordenadores: Maria Cristina Gobbi (Umesp) e Ariane Carla Pereira (Unicentro)

BRASIL-FRANÇA
IX Colóquio Bi-nacional de Ciências da Comunicação
Coordenadores: Zelia Leal Adghirni (UnB), Rosa Maria Dalla Costa (UFPR), Odile Riondet (SFSIC) e Nicole d’Almeida (Celsa/Paris-Sorbonne)

CECOM
XXXII Ciclo de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
Coordenadores: Marialva Carlos Barbosa (UFF) e André Tezza (UP)

EXPOCOM
XVI Jornada da Pesquisa Experimental em Comunicação
Coordenadores: José Carlos Marques (UPM), Marcelo José Lopes Abreu (UPM), Marcio Fernandes (Unicentro) e Íris Yae Tomita (Unicentro)

FÓRUM EPTIC – II
Coordenação: Valério Brittos (Unisinos) e César Bolaño (UFS)

GPs/NPs
IX Encontro dos Grupos de Pesquisa e Núcleos de Pesquisa da Intercom
Coordenadores: Marialva Carlos Barbosa (UFF) e Maria Zaclis Veiga Ferreira (UP) 

INTERCOM JUNIOR
V Jornada de Iniciação Científica em Comunicação
Coordenadores: Fernando Ferreira de Almeida (Umesp) e Elza Oliveira Filha (UP) 

LIBERCOM
II Ciclo de Debates sobre Temas Livres em Comunicação
Coordenadores: Rosa Maria Dalla Costa (UFPR) e Luciana Panke (UFPR)

OFCOM
III Oficinas Intercom de Divulgação Científica
Coordenadores: José Carlos Marques (UPM) e Luciana Panke (UFPR)

PUBLICOM
IV Encontro com Autores–Editores de Publicações Recentes em Comunicação
Coordenadores: Osvando J. de Morais (Uniso), José Benedito Pinho (UFV), Emerson Castro (UP) e Alexandre Tadeu (UP)

RP BRASIL
IV Simpósio de premiação do IV Prêmio Relações Públicas do BrasilCoordenadores: Marcello Chamusca (RP-Bahia) e Márcia Carvalhal (RP-Bahia) 

SOCICOM
III Fórum das Associações Científicas e Acadêmicas de Comunicação
Coordenação: Elias Machado (UFSC) 


André Tezza (UP)
Antonio Hohlfeldt (Intercom/PUC-RS)
Elza Oliveira Filha (UP)
Maria Zaclis Veiga (UP)
Marialva Carlos Barbosa (Intercom/UFF)


Anamaria Fadul (Umesp)
Antonio Hohlfeldt (Intercom/PUC-RS)
Cicilia M. Krohling Peruzzo (Intercom/Umesp)
Edgar Rebouças (Intercom/Ufes)
Eduardo Meditsch (UFSC)
Fernando F. de Almeida (Intercom/Umesp)
José Carlos Marques (Intercom/Unesp)
José Marques de Melo (Intercom/Umesp)
Maria Cristina Gobbi (Intercom/Umesp/Unesp)
Marialva Carlos Barbosa (Intercom/UFF)
Nélia Rodrigues Del Bianco (Intercom/UnB)
Osvando J. de Morais (Intercom/Uniso)
Paula Casari Cundari (Intercom/Feevale)


André Tezza (UP)
Antonio Hohlfeldt (Intercom/PUC-RS)
Elza Oliveira Filha (UP)
Fernando F. Almeida (Intercom / Umesp)
Genio de Paulo Alves Nascimento (Intercom)
Maria Zaclis Veiga (UP)
Maria do Carmo Silva Barbosa (Intercom)
Marialva Carlos Barbosa (Intercom / UFF)
Osvando J. de Morais (Intercom/Uniso)
Rosa Maria Dalla Costa (Intercom/UFPR)



Genio de Paulo Alves Nascimento (Intercom)
Maria do Carmo Silva Barbosa (Intercom)