O DESENHO MÓVEL DA REDE

João Barreto da Fonseca (Universidade Federal do Rio de Janeiro); Francisca Selidonha Pereira da Silva (Universidade Federal do Espírito Santo/Centro Universitário Vila Velha)

As experiências decorrentes do uso de aparelhos celulares são resultantes de pactos coletivos, que pressupõem um funcionamento em rede, espaços de imersão e esconderijo e também de compartilhamentos solidários, consolidando-se como um universo exterior e incontrolável, teia sensível de agenciamentos múltiplos. O sistema nervoso e movediço da rede, acessado de maneira móvel, funciona como um sensor multiuso que virtualiza a percepção transmutando processos e entidades em problemáticas que são atualizadas como acontecimentos banais ou extraordinários, mas marcados pela fugacidade e pela velocidade. Programado para comunicar-se em movimento, o celular tornou antigas práticas comunicacionais ainda mais instáveis e provisórias, compondo um neo-realismo digital ao instalar novos procedimentos éticos e estéticos