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NP 07 » Comunicação Audiovisual

Coordenador
Prof. Dr. Arlindo Machado (PUC-SP)
arlimach@uol.com.br

Relação de Trabalhos  
   
Não Quero Ir Embora! Repetição e Compossibilidade em Corra, Lola Corra
Antonellis, R.
UFF

Resumo: As três histórias de Corra Lola, Corra de Tom Tykwer (1998) são possíveis, compossíveis ou incompossíveis? O grego Diodoro, contemporâneo de Aristóteles, as teria considerado incompossíveis. Diodoro estimava que se alguém morresse no mar, não teria podido achar a morte em terra (Boécio). O filósofo alemão Leibniz as teria definido como possíveis. No palácio dos destinos da sua obra Teodicéia, todos os mundos de fato são possíveis. O escritor argentino Borges teria optado pela compossibilidade. Ele teria seguido os caminhos que se bifurcam do seu jardim. E o que nos podemos dizer? Algumas palavras-chave do vocabulário deleuziano podem nos ajudar a entender a natureza dos mundos de Lola. Repetição, diferença e imagem-tempo. Nos percursos dessa disnarrativa, a simultaneidade é a chave para desvendar as três histórias e concluir se elas se excluem ou se incluem.
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Palavras-chave: Repetição, Compossibilidade, Imagem-Tempo.


O Riso como Alternativa Estética para o Jornalismo Eletrônico. O Caso do Bom Dia Déo, da TV Viva
Bezerra, C.
UNICAP

Resumo: Ao propor novos caminhos e outras possibilidades de uso da TV, fora das grandes redes, a geração de videomakers brasileiros, da década de 1980, transformou a imagem eletrônica em um fato de cultura do nosso tempo. Mas o grande legado desses realizadores foi estético. Experimentando as possibilidades narrativas do vídeo, eles desencadearam um processo de renovação da linguagem audiovisual que teve repercussão na televisão comercial. Uma das maiores inovações estéticas deu-se no campo do jornalismo. Utilizando-se do humor crítico para abordar a realidade, os videomakers subverteram as normas da pragmática jornalística, propondo uma estética alternativa onde há espaço para o duplo sentido, a parcialidade, o aleatório, o improviso, a imperfeição, e, sobretudo, o riso. Este artigo analisa uma das experiências mais expressivas desse "antijornalismo" no campo do vídeo popular, o programa Bom Dia Déo, da TV Viva.
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Palavras-chave: Jornalismo, Humor, Vídeo Popular.


Puro Olho. Mente Não. O Film de Samuel Beckett
Borges, G.
Faap / Mackenzie

Resumo: Este trabalho é parte da pesquisa de doutorado intitulada "A estética da fragmentação e da repetição das tele-peças de Samuel Beckett" e analisa o filme roteirizado por Beckett e dirigido por Alan Schneider cujo título é Film, produzido em 1964 em NY. Na primeira parte serão analisados os elementos estéticos constituintes do filme, o qual é baseado no princípio de Berkeley, Esse est percipi e possui um personagem duplo, isto é, E, a câmera, que persegue O, o objeto, representado por Buster Keaton. A discussão do filme gira em torno de O, que foge da percepção de E, isto é, do olhar do outro, porém ele nunca conseguirá fugir da percepção de si mesmo. Na segunda parte serão discutidos os mecanismos de deslocamento do olhar do espectador a partir da construção estética do filme.
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Palavras-chave: Samuel Beckett, Cinema, Percepção.


O Virtual Desbotado das Webcams
Brasil, A.
PUC - MG

Resumo: A passagem de uma sociedade disciplinar a uma sociedade do controle, conforme argumento de Gilles Deleuze (1992), tem como estratégia fundamental esvaziar a imagem de sua virtualidade, de forma a torná-la pura informação, parte dos dispositivos de vigilância e monitoramento. O fenômeno das webcams nos parece emblemático dessa estratégia: através de câmeras caseiras, baratas, conectadas em rede, indivíduos de toda parte do mundo expõem sua vida privada, se integrando voluntariamente ao Sinóptico global. Cabe à arte reinventar o uso destes dispositivos, permitindo às imagens reencontrar sua dimensão virtual.
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Palavras-chave: Webcams, Virtual, Sociedade do Controle.


TVERS: Estado, Mercado e a Missão de Serviço Público
Brittos, V. C., Lobato, D. H.
UNISINOS

Resumo: A sobrevivência das emissoras públicas estatais de televisão é um problema mundial, ante a mudança do papel do Estado, num quadro de globalização. No Brasil, há uma transição destes canais, que buscam distinguir o público do estatal, na tentativa de desvencilharem-se da ingerência governamental que os caracteriza desde a sua origem. Entretanto, a passagem do estatal para o público coloca a TV pública diante de obstáculos característicos do mercado das emissoras privadas. O afastamento da condição estatal para aproximar-se da concepção de emissora pública leva estas entidades televisivas a buscarem outros meios de subsistência, principalmente através da captação de recursos junto à iniciativa privada. Neste contexto é que se move hoje a Televisão Educativa do Rio Grande do Sul - a TVERS -, dividida entre a necessidade de capitalização e as amarras da regulamentação.
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Palavras-chave: TV pública, Estado, Interesse público.


À Pele da Película: Vias e Veias do Sensorialismo Cinematogáfico
Capistrano, T.
UERJ

Resumo: O cinema foi parte integrante da contínua crise da visão: se durante o século XIX houve toda uma preocupação em se estudar a fisiologia do observador, quando o cinema tornou-se narrativo, a atenção se deslocou para a psicologia espectatorial com objetivo de padronizar a visão face à imagem cinematográfica em termos de consumo visual de massa. Se, por um lado, o cinema consolidou-se industrialmente pela narrativa e pela legitimação do olhar, por outro, surgiram cinematografias e teorias que procuraram transgredir essa normatização escópica, em busca de uma poética visual pautada pelo sensorialismo do espectador. Este trabalho pretende discutir algumas dessas vertentes que abordam a experiência visual a partir do sensorialismo, em contraposição à lógica baseada nos modelos de representação e de referência identitária que ainda balizam grande parte das visões acerca da espectatorialidade no cinema.
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Palavras-chave: Cinema, Sensorialismo, Teoria Cinematográfica.


As Relações entre Canção, Imagem e Narrativa nos Videoclipes
Coelho, L. R.
UFBA

Resumo: A proposta deste texto é abordar a importância da narrativa e as diferentes formas com que pode ser construída nos videoclipes. Em primeiro lugar, apresentaremos alguns tipos de relações entre as letras das canções e a sua articulação com a dimensão visual em fenômenos concretos. Em segundo, tentamos adaptar de maneira crítica a tipologia oferecida por Durá-Grimalt nos anos 80 aos videoclipes tal como atualmente se configuram, apoiando-nos, para isso, nas contribuições de Andrew Goodwin e Antoine Hennion.
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Palavras-chave: Narrativa, Canção, Videoclipe.


Testemunho sobre a Vídeo-arte no Brasil
Costa, C. T.
MAC / USP

Resumo: O trabalho descreve a origem da vídeo-arte no Brasil, a partir do testemunho da autora, que coordenou o Setor de Vídeo do MAC-USP (1977-78), criado por Walter Zanini. Influências estrangeiras trazidas pela Bienal de São Paulo, encontros latino-americanos de arte e tecnologia e iniciativas de artistas nacionais são citados como parte de um contexto que propiciou a produção experimental do período, apesar da escassez de recursos e do difícil acesso a equipamentos no país. O Setor de Vídeo realizou um levantamento da produção já existente e montou uma videoteca; organizou uma programação de mostras nacionais e internacionais dedicadas unicamente à vídeo-arte e disponibilizou um equipamento para o uso dos artistas, além de organizar um curso técnico que auxiliou na familiarização com o meio. Assim, funcionou como um centro de produção, divulgação e discussão das obras que exploravam a nova linguagem.
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Palavras-chave: Vídeo-Arte, Pioneiros, Experimentalismo.


O Papel da Comunicação na Obra de H. J. Koellreutter Voltado às Linguagens Sonora e Visual
Décourt, M. A.
PUC - SP

Resumo: O estudo tem por objetivo investigar um possível conceito de comunicação implícito na obra de H. J. Koellreutter. Observa-se que o conteúdo da teoria desenvolvida pelo autor - apresenta significativas interrelações entre as linguagens sonora e visual, em função de específicos conceitos espaço-tempo por ele elaborados, que estruturam a obra. Estas interrelações são consideradas pelo pesquisador como objeto da comunicação, a serem verificadas como contribuições à parte epistemológica deste campo. O recorte teórico é dado essencialmente por meio do estudo de fontes do autor voltadas ao campo da comunicação, tais como os autores Décio Pignatari, Norbert Wiener, Abraham Moles.
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Palavras-chave: Comunicação, Koellreutter, Informação.


Televisão e Experimentalismo: o Núcleo Guel Arraes como Paradigma
Fechine, Y.
UNICAP

Resumo: A produção audiovisual em televisão no Brasil deve seus momentos mais criativos e inovadores à colaboração de profissionais que, bebendo na fonte do experimentalismo preconizado pelo cinema, fizeram parte do movimento do vídeo independente, ao longo dos anos 80. Mais de duas décadas depois, muitas das propostas ético-estéticas dessa produção independente foram incorporadas pelas emissoras abertas de TV. A produção do Núcleo Guel Arraes, na TV Globo, é um dos exemplos mais eloqüentes desse trânsito de influências. Nos programas produzidos pelo Núcleo podem ser observadas algumas das principais tendências técnico-expressivas que o experimentalismo dos anos 80 legou à televisão: a montagem expressiva, o apelo à auto-referencialidade, a apresentação do processo como produto, uma estética da inversão.
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Palavras-chave: Televisão, Vídeo, Experimentalismo.


Cinema e Televisão: Notícias de uma Guerra Particular
Figueirôa, A.
UNICAP

Resumo: A partir de dois produtos audiovisuais realizados inicialmente como séries para difusão na televisão e depois transformados em filmes para exibição nas salas de cinema - Auto da Compadecida e Caramuru, a invenção do Brasil, de Guel Arraes - proponho uma reflexão para saber se é possível realmente ignorar distinções nos modos de organização interna dos discursos televisual e cinematográfico.
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Palavras-chave: Cinema, Televisão, Guel Arraes.


A Figuração do Corpo em Greenaway e Cronemberg
Garcia, W.
UNISAL

Resumo: Este ensaio decorre sobre a figuração do corpo no cinema contemporâneo enquanto instância enunciativa da repetição que pontua a estratégia discursiva de uma persistência residual - a resistência, utilizando como suporte o corpus fílmico do trabalho de David Gronemberg e Peter Greenaway. Dois cineastas polêmicos pelas suas provocadores na atualização da linguagem cinematográfica, quando expõem o corpo como um tema recorrente do debate, em diferentes instâncias representacionais. Para isso, esta proposta se apoia na noção de fronteira: um recorte conceitual do imaginário, da intertextualidade, da poética e da subjetividade, que em uma atitude crítica indaga acerca da manifestação da corporalidade fílmica como uma (inter)subjetividade da experiência contemporânea.
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Palavras-chave: Arte, Cinema, Corpo.


CNU: A TV Universitária no Mercado Televisivo Paulistano
Lima, V. S.
Unicsul - SP

Resumo: O Canal Universitário de São Paulo, que veicula mensagens televisivas no canal 15 da NET e TVA, no respectivo município, é o objeto de estudo desta pesquisa. Destaca-se a tevê por cabo como parte do processo de expansão da tevê no Brasil. Considera-se, a partir daí, especialmente o canal universitário, concretizado pela Lei de tevê por Cabo (Lei 8.977, de 06 de janeiro de 1995). A pesquisa, um estudo de caso, procura levantar as motivações que levaram nove universidades paulistanas - Mackenzie, PUC, São Judas, Uniban, Unicsul, Unifesp, Unip, Unisa e USP - a investir na criação do Canal Universitário de São Paulo, analisando a percepção que representantes destas instituições têm, sobretudo, em relação ao público a ser atingido pela programação.
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Palavras-chave: Televisão, Canal Universitário, Público Telespectador.


Storyspace e Ficção em Hipertexto
Longhi, R.
PUC - SP

Resumo: A literatura produzida em hipertexto ganha formas inovadoras nos meios digitais. Algumas obras produzidas e disponibilizadas no programa Storyspace, em menos de uma década receberam posição de destaque no meio literário, e mostram que a criação em hipertexto tem uma importância fundamental nesta arte. Neste trabalho, pretendo verificar as potencialidades deste programa para a criação literária em hipertexto, fazendo uma breve análise de uma das obras mais importantes neste sentido, "Afternoon, a story", de Michael Joyce.
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Palavras-chave: Hipertexto, Criação Literária, Meio Digital.


O Filme-ensaio
Machado, A.
PUC - SP / USP

Resumo: Denominamos ensaio uma certa modalidade de discurso científico ou filosófico que carrega atributos amiúde considerados "literários", como a subjetividade do enfoque (explicitação do sujeito que fala), a eloqüência da linguagem (preocupação com a expressividade do texto) e a liberdade do pensamento (concepção de escritura como criação, em vez de simples comunicação de idéias). Toda reflexão sobre o ensaio, entretanto, sempre pensou essa "forma" como essencialmente "verbal", isto é, baseada no manejo da linguagem escrita. O objetivo deste artigo é discutir a possibilidade de ensaios não escritos, ensaios em forma de enunciados audiovisuais. Embora teoricamente seja possível imaginar ensaios em qualquer modalidade de linguagem artística (pintura, música, dança, por exemplo), uma vez que sempre podemos encarar a experiência artística como forma de conhecimento, vamos, por comodidade, nos restringir neste texto apenas ao exame do ensaio cinematográfico. Começando pelos pioneiros russos (Eisenstein, Vertov), introdutores da idéia de um cinema conceitual, traçamos uma trajetória do filme-ensaio na história do cinema, com ênfase principalmente nas contribuições de Godard e Bernadet.
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Palavras-chave: Filme-Ensaio, Cinema Conceitual, Pensamento Cinematográfico.


Vídeo Nas Extremidades: Experiências Contemporâneas Brasileiras
Mello, C.

Resumo: Um campo de investigação instigante na contemporaneidade - e que aponta para tendências futuras - são os movidos pela artemídia no campo do vídeo em suas confluências com a dança, o teatro, a performance, o vídeo ao vivo, as redes telemáticas, e as mídias interativas. Tratam-se de estratégias a que recorrem os criadores em torno a novas modalidades de fruição e apresentação do vídeo, já que é a partir do ato presente e na ordem do acontecimento que residem suas ações. Para eles, o que está em jogo é a busca de múltiplas dinâmicas de se processar a arte, e a geração de novos mecanismos sensórios de interação do espectador com a obra. Ao incluírem a participação do público como parte inerente à construção dos sentidos, a linguagem do tempo real e o tempo ao vivo em seus trabalhos, passam a se caracterizar muito mais pela idéia de uma arte processual, inacabada, que insere a experiência vivida na produção de significados por ela gerados.
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Palavras-chave: Artemídia, Vídeo, Tempo Real.


Moda, estilo de vida e videoclipe: aspectos da cultura hip hop
Mendonça, C. M. C.
PUC - MG

Resumo: O seguinte estudo é da pesquisa, em andamento, para dissertação de Mestrado em Comunicação Social intitulada "Moda, estilo de vida e videoclipe: aspectos da cultura hip hop". Apresentamos aqui um rompimento com o conceito clássico de moda (coerção que define o que se usar durante uma estação) para adotarmos sua posição de coadjuvante na presentação de um estilo de vida: o dos membros da cultura hip hop. É no videoclipe que promovemos nossa análise, já que este, por ser uma linguagem audiovisual, é capaz de celebrar a ritualística vivida por esses sujeitos para o grande público e demarcar um lugar de fala através da música e das roupas com as quais se apresenta nestes videoclipes.
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Palavras-chave: Hip Hop, Moda, Videoclipe.


Descentramento Espaço-temporal
Moran, P.
UFMG

Resumo: Auxiliar recorrente nos processos de criação, o acaso veio se incorporar à estrutura de trabalhos audiovisuais como o vídeo ao vivo, ou seja, espetáculos com VJs. O acaso mostrou a possibilidade de se cortar o filme e com ele surgiu a linguagem cinematográfica. A partir da reordenação do espaço e tempo na montagem o cinema passa a desenvolver uma gramática própria. Hoje o acaso tem no computador um ambiente propício para apontar novas possibilidades expressivas audiovisuais e experiências sensoriais para o público. Imagens e sons criam uma situação sinestésica, propiciando uma nova concepção espaço-temporal. Nossa proposta é pensar este "cinema expandido" que recupera processos de criação anunciados tanto no cinema, quanto em espetáculos de rock, e lhes confere um novo desenho.
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Palavras-chave: Vídeo ao Vivo, VJ, Acaso.


Uma Pauta Pública para a Nova Televisão Brasileira
Mota, R.
UFMG

Resumo: Este artigo é fruto da pesquisa em andamento "TV Pública no Brasil: a construção de um projeto ético e estético", que se propõe a refletir sobre os atuais processos de mudança em curso nas televisões estatais, na busca de um modelo de televisão pública para o Brasil. Além de refletir conceitualmente sobre o significado dessa empreitada, a pesquisa investigou junto a um público de profissionais e pensadores, o que traduziria o interesse público hoje na televisão. Essas idéias aqui analisadas podem colaborar para o debate e construção de uma pauta pública para a televisão brasileira.
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A História em Transe: o Tempo e a História na Obra de Glauber Rocha
Nova, C.
UNEB / Fac. Hélio Rocha

Resumo: O artigo explora a concepção de história presente na filmografia do cineasta Glauber Rocha, através da análise da forma como as narrativas dos seus filmes, em especial de Terra em Transe, trabalham a categoria do tempo, trabalhada a partir da perspectiva da intertextualidade.
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Palavras-chave: Glauber Rocha, Narrativa, Tempo.


TV Digital. Entrando no Ar! Agora, no Brasil!
Rosa, A.
USP

Resumo: No mundo todo, a mídia Televisão está passando, atualmente, por um grande processo de transformação. Um dos principais motores dessa transformação é o avanço tecnológico que surgiu com a digitalização. A digitalização possibilitou, entre outras coisas, uma maior interação entre a televisão e as outras mídias e uma nova maneira de pensar o produto audiovisual. Embora seja um processo um pouco lento, essa transformação já está em andamento em diversos países, com previsão de se estender para os próximos anos. E agora é a vez do Brasil. De uma discussão que já vem sendo feita nos subterrâneos nos últimos cinco anos, atualmente a TV Digital ganha os holofotes e ares de que efetivamente começara a ser implantada no país. O que este texto propõe é um acompanhamento dessa discussão, sem levantar nem defender nenhuma hipótese, mas levantando dúvidas e cotejando as informações disponíveis sobre o assunto.
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Palavras-chave: TV Digital, Digitalização, Novas Mídias.


A imagem do corpo através das metáforas (Ocultas) na Dança-tecnologia
Santana, I.
PUC - SP

Resumo: Este artigo toma como objeto as relações entre as tecnologia e o corpo no universo da dança. A dança será aqui compreendida como uma forma de comunicação e o corpo, como a mídia onde ela ocorre. Esta relação biológico / tecnológico será apresentada com a perspectiva de propor uma revisão para os modos de entender os dois corpos, agora não mais separados e distintos. Através das novas imgens-representações possibilitadas pela tecnologia, o corpo ganha outras formas de entendimento. Um outro corpo surge. Para isso, é necessário esquivar-se de metáforas que conduzem à compreensões equivocados tanto do corpo como da tecnologia - a Metáfora de Frankenstein. As duas faces do monstro conduzem, cada uma a seu modo, à compreensões imprecisas sobre a tecnologia. Se forem rompidas as barreiras definidoras de natureza versus cultura e se o homem e sua cognição forem vistos como pertencentes e entrelaçados, a tecnologia ganhará um outro sentido e facilitará a compreensão de buscas artísticas como a da dança-tecnologia.
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Palavras-chave: Corpo, Imagem, Ciborg/Frankenstein


Kieslowski no Paraíso
Savernini, E.
UNIBH

Resumo: Análise do filme Paraíso (Heaven, EUA/Inglaterra/Alemanha/Itália, 2002), dirigido pelo alemão Tom Tykwer (Corra Lola, Corra) a partir do último roteiro escrito pelo diretor polonês Krzysztof Kieslowski (Trilogia das Cores). Traços distintivos da poética de Kieslowski são encontrados, principalmente no que se refere à dramaturgia, e discutidos aqui a partir da "leitura" do filme propriamente dito e de paralelos possíveis com obras-primas do diretor polonês. São também propostas questões acerca da forma do filme. Inscrevendo-se no Cinema de Poesia, este definido por Píer Paolo Pasolini basicamente como uma experiência formal, o cinema de Kieslowski é calcado em sua visão de mundo, na forma que dá a esta visão. Entretanto, sua última declaração de amor à humanidade foi concretizada por outros olhos. Toda investigação concentra-se em buscar indícios de Kieslowski no Paraíso.
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Palavras-chave: Cinema de Poesia, Roteiro Cinematográfico, Krzysztof Kieslowski.


As Potencialidades e Responsabilidades da Televisão Pública no Brasil
Scaloppe, M. O. M.
UFMG

Resumo: A organização das emissoras públicas de televisão em uma rede (RPTV), a partir da união da TVE do Rio de Janeiro e da TV Cultura de São Paulo, bem como as mudanças na estrutura jurídica (que possibilitam uma direção mais democrática, com participação de membros da sociedade civil e a possibilidade de incorporar publicidade e aceitar patrocínios), bem como a adoção conjunta de estratégias para a produção de programas, são os fatos que, talvez, sejam os mais importantes para a abertura de um processo democrático no setor televisivo brasileiro. Estas mudanças, certamente, poderão fazer as emissoras públicas mais competitivas em um mercado até agora dominado pelas emissoras comerciais.
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Palavras-chave: Televisão, Televisão Pública, RPTV.


A ética na linguagem da câmera de Um Céu de Estrelas
Silva, M. R. C.
USP

Resumo: Nesta comunicação pretendo apresentar uma leitura sobre a composição de um "olhar de dignidade" realizado a partir do tratamento empregado para a câmera no filme Um céu de estrelas (1996) de Tata Amaral. Este estudo é parte integrante de minha dissertação de mestrado, defendida no ano de 2003, na Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo, sob a orientação do Prof. Rubens Machado. Nela, realizo um estudo sobre a proposta estética deste filme privilegiando a análise de algumas resoluções específicas e formais da construção de seu estilo, principalmente ao realizar uma avaliação da função narrativa e expressiva do tratamento táctil empregado para a câmera, nos seus aspectos de relação com os objetos e corpos, e as suas funções cênicas no filme, o que será exposto aqui.
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Palavras-chave: Cinema brasileiro contemporâneo, Linguagem da câmera, Um céu de estrelas.


Quando o Vídeo é Chamado a Pensar a(s) História(s) do Cinema(s)
Teixeira, O.
UFMG

Resumo: Este texto discute as idéias do cineasta Jean-Luc Godard, do filósofo Gilles Deleuze e do crítico cinematográfico Serge Daney a respeito das relações estabelecidas entre a imagem cinematográfica e a imagem videográfica, buscando identificar em quais pontos esta relação entre imagens percebida no filme História(s) do cinema pode suscitar questões relativas à forma e ao pensamento nas sociedades contemporâneas.
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Palavras-chave: Cinema, Vídeo, Resistência.


Recortes e Rasuras no Corpo: Sagrado e Erotismo no Teorema de Pier Paolo Pasolini
Vieira Jr., E.
UFF

Resumo: Em 1968, dentro de sua idéia de um "cinema de poesia", Pier Paolo Pasolini realiza o filme Teorema, retratando a visita de um forasteiro (de origem divina) a uma família burguesa, possibilitando uma experiência transgressora, em que os limites de si são postos em questão. Esta comunicação propõe, num primeiro momento, rediscutir as concepções de "sagrado", "erotismo" e "corpo" apresentadas por Pasolini, contrapondo-as ao pensamento de autores como Bataille, Eliade, Dumont e Marc Augé. Em seguida, abordaremos os recortes corporais (espacial e temporal) com base na utilização dos elementos da linguagem cinematográfica (em especial a montagem, a utilização do primeiro plano e a noção de "subjetiva indireta livre"), na elaboração de uma sintaxe imagética própria do "cinema de poesia" proposto pelo diretor, objetivando um debate do corpo como espaço transgressivo onde as experiências do sagrado e do erótico se manifestariam.
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Palavras-chave: Corpo, Sagrado, "Cinema de Poesia".


A Inscrição da Memória em Vídeo
Vieira, L. G.
UNICAMP - FAPESP

Resumo: Observaremos algumas interseções entre memória, auto-representação, fotografia e vídeo no trabalho de dois artistas contemporâneos, Clarissa Borges e Fábio Carvalho. Ambos trazem a auto-referencialidade como traço marcante de sua produção, e recorrem ? nos casos analisados ? à apropriação de fotografias pessoais, levantando questões concernentes à reconstrução da memória e da identidade através da manipulação de suas imagens. As similaridades entre a produção dos dois artistas têm continuidade no processamento digital de suas auto-representações: animação e atualização da fotografia remota (muitas vezes de infância) para uma outra ordem; uma poética da subjetividade que rescreve a memória na tela do vídeo.
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Palavras-chave: Vídeo, Auto-imagem, Memória.